terça-feira, 24 de maio de 2011

Remédios: devemos tomá-los com estômago cheio ou vazio?

Quando você vai tomar um remédio, deve tomá-lo com o estômago cheio, certo? ERRADO! Sua mãe ou alguém já deve ter falado para você comer alguma coisa antes de tomar seu remédio, ou tomá-lo com leite. Todas as mães falam isso! Mas, na verdade, muitos medicamentos devem ser tomados com o estômago vazio, mesmo. Isto porque eles necessitam do ambiente mais ácido do estômago para poderem ser absorvidos. Já alguns outros são melhor absorvidos na presença de alimentos, ou agridem menos o estômago neste caso. E outros, possivelmente a maioria, não sofrem interferência na presença ou ausência de alimentos.

Existem também medicamentos que possuem interação com determinados tipos de alimentos. Por exemplo, a tetraciclina não deve ser tomada com leite ou outros alimentos ricos em cálcio, pois ela se liga ao cálcio, formando um complexo que não pode ser absorvido pelo organismo, diminuindo a ação do medicamento.


- Exemplos de medicamentos que devem ser tomados com o estômago vazio:
  • Norfloxacino
  • Captopril
  • Omeprazol
  • Cefalexina
  • Cefadroxila
  • Azitromicina
  • Doxiciclina
  • Loratadina
  • Sulfato ferroso
  • Rifampicina
  • Ciprofloxacino (pode ser tomado com refeições leves, desde que não contenham leite e derivados)
Obs.: considera-se estômago vazio quando se está em jejum, ou 1 hora antes ou 2 depois das refeições.


Exemplos de medicamentos que devem ser tomados com alimentos (estômago cheio):
  • Cetoconazol
  • Itraconazol
  • Hidralazina
  • Pentoxifilina
  • Predinisona
  • Valproato de sódio
  • Carbamazepina
  • Antidiabéticos orais
  • Anti-inflamatórios AINEs (diclofenaco, nimesulida, ibuprofeno, meloxicam, tenoxicam, piroxicam, etc.)


- Exemplos de medicamentos que podem ser tomados com o estômago cheio ou vazio:
  • Alopurinol
  • Amoxicilina
  • Amiodarona


O correto, SEMPRE, é ler a bula do medicamento e verificar como ele deve ser tomado. Ou perguntar para o farmacêutico. Porém, se você jogou fora a bula, e está longe de algum farmacêutico, opte por tomar o remédio sem alimentos, somente com água. Assim, você até poderá ter alguma dor no estômago, mas provavelmente não vai atrapalhar a ação do medicamento.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Você sabe o que significa "10 volumes" na Água Oxigenada?

Alguma vez você já se perguntou o que são os volumes da água oxigenada? 10 volumes, 20 volumes, 30, 40... Tem até aqueles que dizem "volume 10"! Mas o que exatamente são estes volumes? E por que 10, 20, 30, 40?

Bem, a água oxigenada é o nome popular da substância de nome químico peróxido de hidrogênio, cuja fórmula é H2O2, ou seja, água (H2O) com mais um átomo de oxigênio (O), por isso água oxigenada. Quando se decompõe, cada molécula de água oxigenada libera um átomo de oxigênio. Este oxigênio é altamente reativo (e por isso é o responsável pela ação antisséptica da água oxigenada), e rapidamente combina-se com outro oxigênio para formar o gás oxigênio (O2).

Esta explicação foi um pouco técnica, mas é necessária para o entendimento dos "volumes":

Então, você sabe que a água oxigenada é comercializada como 10, 20, 30 volumes. Este número aumenta conforme a concentração do peróxido de hidrogênio na fórmula. Lembra-se do oxigênio liberado na decomposição? É ele que vai dar o "volume" da água oxigenada! Vou explicar utilizando exemplos:

  • 1 litro de água oxigenada libera 10 litros de gás oxigênio (O2). 10 litros de oxigênio é 10 vezes o volume de 1 litro de água oxigenada, por isso, ela é chamada de 10 volumes.
  • 1 litro de água oxigenada libera 20 litros de gás oxigênio (O2). 20 litros de oxigênio é 20 vezes o volume de 1 litro de água oxigenada, por isso, ela é chamada de 20 volumes...

...e assim por diante! Quanto maior a concentração do peróxido de hidrogênio, maior a liberação do gás oxigênio, e maior o volume da água oxigenada!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Qual a diferença entre Diclofenaco Sódico, Diclofenaco Potássico e Diclofenaco Colestiramina?

Caso você esteja procurando pelo uso de diclofenaco sódico ou potássico por hipertensos, clique aqui.


Qual a diferença entre o diclofenaco sódico, o diclofenaco potássico e o diclofenaco colestiramina?

Há uma lenda espalhada entre a população e também entre muitos balconistas de farmácia, que diz que o sódico serve para inflamações de tecidos "duros" (como articulações, ossos, etc), o potássico para tecidos "moles" (garganta, etc)... Mas qual será a verdade por trás das diferentes formas?

Quimicamente, o diclofenaco pode estar ligado a um íon sódio, potássio, ou à colestiramina (que é uma resina).

Todos os tipos de diclofenaco, depois de absorvidos pelo organismo, são exatamente a mesma coisa: apenas diclofenaco. No estômago, o sódico perde seu íon sódio e o potássico perde o íon potássio. E o diclofenaco colestiramina separa-se da colestiramina.

Portanto, a diferença está na velocidade com que cada um deles será absorvido!

O diclofenaco potássico é mais solúvel em água do que o sódico. Isso faz com que ele seja absorvido mais rapidamente, e também inicie sua ação mais rapidamente. Já o diclofenaco colestiramina tem uma absorção bem rápida (e um início de ação rápido), mas também gradual, o que permite que atinja uma concentração no sangue menor, e um tempo de ação maior no organismo.

Ainda assim, os três tipos continuam sendo o mesmo diclofenaco, e a ação farmacológica tem que ser obviamente a mesma. Porém, as indicações podem ser diferentes dependendo da necessidade de um início de ação mais rápido, ou de uma duração mais prolongada.

Curiosidade: o nome diclofenaco é derivado de seu nome químico em inglês: 2-[(2,6-dichlorophenyl)  amino] benzeneacetic aciddichlophenac, simplificado para diclofenac, e recebendo um "o" no final, pela Denominação Comum Brasileira (DCB).

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Pano Branco

Sabe aquelas manchas brancas que aparecem no corpo de muita gente após uns dias na praia? É isso mesmo: o famoso "Pano Branco", a Micose de Praia! Mas como se pega isso?

Na verdade, não se pega isso na praia (ou não apenas na praia). O fungo que causa a Ptiríase versicolor (nome científico da doença), o Ptyrosporum ovale (também conhecido por Malassezia furfur), é um "habitante" natural de nossa pele. O que ocorre, eventualmente, é que eles podem causar esta micose em determinadas situações, como a baixa da imunidade, umidade, calor...

Normalmente, a pessoa que tem esta micose nem nota que ela existe. Em raros casos ela pode apresentar coceira, ou descamação. Mas as pessoas só sabem que estão com Pano Branco por causa das manchas esbranquiçadas na pele.

E por que as manchas são brancas?

Porque este fungo produz uma substância, o ácido azelaico, que é um inibidor da produção do pigmento da pele - a melanina. Então, os locais ao redor da micose, após a exposição ao sol, se bronzeiam, enquanto sob a micose a pele continua com o mesmo tom, já que o ácido azelaico está impedindo a formação de mais melanina. Por isso estas manchas aparecem após a praia ou piscina, quando as pessoas se bronzeiam e o contraste fica evidente.

O diagnóstico, através do exame micológico da lesão e do exame com lâmpada de Wood, possibilita o encontro do agente causal, bem como determina a extensão das lesões.


O tratamento pode ser feito com o uso de medicamentos por via oral (comprimidos), ou local (cremes, loções, sprays,etc).


Mesmo após o tratamento, as manchas brancas podem persistir exatamente por conta desta diferença na pigmentação. Ou seja, a micose não está mais ativa, mas a pele no local ficou menos pigmentada do que o resto. Mas a coloração vai ficando mais uniforme em alguns meses, dependendo da exposição ao sol.

Então, por favor, não fique tomando medicamentos ou usando cremes contra micoses sem orientação médica, pois além de serem inúteis contra as manchas, ainda podem trazer uma série de efeitos colaterais.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Mãos ou pés descascando - isso é sinal de Ácido Úrico? Mito ou Verdade?

ATENÇÃO! Este artigo não é sobre Causas e Tratamentos de pés ou mãos descascando. Se você chegou até aqui procurando sobre isto, clique aqui.




Basta alguém aparecer com as mãos ou os pés descascando, que um indivíduo irá dizer: "Isso é ácido úrico..."

Mas o que exatamente é o ácido úrico?

     O ácido úrico é um produto do metabolismo de purinas. As purinas são um dos tipos de bases nitrogenadas, que são como tijolos na formação do DNA. Como todos os seres vivos possuem DNA, grande parte dos alimentos que consumimos, seja de origem animal ou vegetal, contém purinas, em maior ou menor quantidade.

Voltando ao ácido úrico: é um ácido fraco, e se encontra no sangue na forma de um sal chamado urato. Este urato fica em uma concentração próxima ao limite de solubilidade a 37°C, que é a temperatura normal de nosso corpo. Ou seja, uma concentração um pouco maior ou uma temperatura um pouco menor faria com que esse urato deixasse de ser solúvel, e começasse a formar cristais. E é exatamente isto o que acontece em locais onde a temperatura do corpo é um pouco mais baixa, como nas articulações principalmente dos pés, mas também joelhos, mãos, etc. Estes cristais de urato se acumulam nestes locais, e acabam por provocar uma dor muito intensa. Essa doença é conhecida como Gota.

O que causa a elevação do ácido úrico?

Alimentação inadequada, com excesso de alimentos ricos em purinas, distúrbios genéticos, baixo consumo de líquidos, consumo excessivo de bebidas alcoólicas (principalmente cerveja, por seu conteúdo de leveduras) e o uso de alguns tipos de medicamentos podem elevar a taxa de ácido úrico no organismo.

Sintomas da Gota

Pacientes com gota (gotosos) podem permanecer 20 a 30 anos com ácido úrico elevado antes da primeira crise. Em alguns casos, o paciente já teve crise de cálculo urinário (pedra nos rins).

A crise de artrite gotosa é bastante típica: o indivíduo vai dormir bem e acorda de madrugada com uma dor insuportável que em mais de 50% das vezes compromete o dedão do pé. Há situações de dor tão forte que os pacientes não toleram o lençol sobre a região afetada. Pode haver febre baixa e calafrios. A crise inicial dura 3 a 10 dias e desaparece completamente. O paciente volta a levar vida normal. Nova crise pode voltar em meses ou anos. A mesma articulação ou outra pode ser afetada. Qualquer articulação pode ser atingida. As dos membros inferiores são preferidas mas encontram-se gotosos com graves deformidades nas mãos. Sem tratamento, os espaços entre as crises diminuem e sua intensidade aumenta. Os surtos ficam mais prolongados e, mais tarde, tendem a envolver mais de uma articulação. Há casos em que algumas articulações não ficam mais livres de sintomas.

Em casos mais graves, o excesso de ácido úrico pode ser responsável pela formação de cálculos renais e insuficiência renal aguda ou crônica (nefropatia úrica). Estudos recentes, feitos pelo Instituto do Coração de São Paulo, mostraram que níveis elevados de ácido úrico no sangue podem aumentar o risco de desenvolvimento de acidentes cardiovasculares.

No entanto, a presença de ácido úrico em níveis elevados no sangue (hiperuricemia) nem sempre significa que a pessoa tem ou terá gota. Pode ser totalmente assintomático. 
    
Portanto, como pudemos ver, a descamação das mãos ou pés NÃO É SINTOMA DE ÁCIDO ÚRICO ELEVADO. Isso é mais um mito popular!



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